Já falamos aqui no blog sobre o fato de que donos estressados podem ter cachorros estressados também.
Agora, pesquisadores da Queens´s University, do Reino Unido, afirmam que os cães podem perceber o estresse dos tutores somente pelo olfato. De acordo com o estudo, “o cheiro do estresse” é reconhecido pelo suor e pela respiração dos humanos.
Para chegar a essa conclusão, a equipe realizou 700 testes em mais de 650 cães que foram capazes de identificar pelo suor e pela saliva que o seu tutor estava estressado. Os cães têm 220 milhões de receptores olfativos, enquanto humanos possuem apenas 50 milhões, o que os torna mais eficazes na identificação de odores.
Além disso, outros sinais também disparam o alerta para os cães de que seus donos estão estressados: mudanças na respiração, postura corporal, expressões faciais e até mesmo o odor corporal. Isso é possível porque os cachorros são muito sensíveis aos sinais de estresse e podem reagir de forma apropriada, como oferecer conforto ou distração.
Os cães treinados para farejar o estresse humano são usados em várias áreas, como em hospitais, escolas e empresas. Eles podem ajudar a identificar pessoas que estão passando por momentos de estresse e ajudar a fornecer tratamento adequado.
Cães não só farejam o nosso estresse, mas também sentem o efeito dele e de outras emoções como medo e felicidade. Às vezes o animal pode ficar mais agitado e estressado se o dono também estiver. Como esses bichinhos tem uma capacidade olfativa aguçada, é preciso ficar atento se o nosso estresse pode estar prejudicando também o peludo.
Além da habilidade olfativa, os cachorros são usados em diversas atividades, facilitando a vida de muitas pessoas. Veja alguns exemplos:
1. Service Dogs: ajudam pessoas com deficiências físicas, mentais ou emocionais. Eles podem ajudar com tarefas como abrir portas, pegar objetos e ajudar a equilibrar o seu dono.
2. Cães para terapia: são treinados para ajudar em casos como depressão, ansiedade e transtorno de estresse pós-traumático. Eles podem oferecer companhia, conforto e apoio emocional.
3. Cães de detecção: detectam substâncias como drogas, explosivos e doenças. Eles são usados por forças policiais, militares e empresas de segurança.
4. Cães de busca e resgate: usados para encontrar pessoas desaparecidas ou vítimas de desastres naturais. Eles também podem ajudar a encontrar objetos perdidos.
5. Cães de assistência: guiam pessoas com deficiências, como cegueira, surdez e mobilidade reduzida. Também podem ajudar pessoas diabéticas, alertando quando os níveis de glicose estão baixos, além de lembrar seus tutores que devem tomar suas medicações.
A relação do homem e do cão vem de milhares de anos. O processo de domesticação dos cães fez com que eles se tornassem dependentes dos humanos para tudo e isso pode ter contribuído não somente para o aumento do nível de estresse, mas também para a geração de crises de ansiedade.
Por natureza, os cães são seres gregários, que vivem em bandos. A matilha é a única forma de sobrevivência para eles, seja para se alimentar, se proteger de predadores e cuidar das crias. Por isso, este instinto ainda está presente em muitos peludos e pode ficar mais evidente em algumas situações.
A maioria dos proprietários de pets sentem que o cão é um membro da família. O lugar que o cachorro ocupava há tempos se modificou: antes eram tratados como cães de guarda - que se alimentavam dos restos de comida da casa e ficavam no quintal - agora, são parte da família - possuem a própria cama e comida, têm hora semanal no pet shop para banho e tosa, além de serem o filho, o irmão ou o neto de alguém.
Os sinais da ansiedade de separação em cachorro podem começar aos poucos e serem até ignorados pelos tutores por um tempo. Mas, em algum momento, isso chamará muita atenção. Trata-se de uma dificuldade do cachorro em lidar com momentos em que não recebe atenção do dono ou quando não tem a sua companhia por perto. Muitas vezes, ele não está preparado para esperar pela atenção do tutor e fica “frustrado” com isso, seja pela falta do dono, de um carinho, uma brincadeira ou um passeio. Esta decepção recorrente pode ser o gatilho para desenvolver uma série de comportamentos inadequados.
O que é muito bom por um lado, por outro pode ter consequências do excesso de humanização.
Mania de destruição: caminha destruída, jornalzinho ou tapetinho higiênico rasgado, almofada furada, um sapato comido, um sofá mordido…
Latidos e choros excessivos: basta colocar o pé para fora de casa e o pet começa a chorar, latir e raspar a porta. O excesso de latido (de uivos e choros) é a forma que o pet tem de demonstrar sua insatisfação em ficar sozinho.
Necessidades no lugar errado: o peludo insiste em errar o tapetinho, jornal ou quintal. Mesmo cães adultos e já adestrados que sofrem de ansiedade canina, podem desenvolver este comportamento quando o objetivo é chamar a atenção.
Lambedura psicogênica: quando o pet está saudável, mas insiste em lamber constantemente alguma parte do corpo, como as patas, por exemplo, pode estar relacionado à ansiedade.
Comer muito de uma vez só ou fazer “greve de fome”: cada cachorro reage de uma forma quando algo não vai bem. Assim como nós, a comida pode ser uma “válvula de escape” em situações de estresse. Comer em excesso ou perder totalmente o apetite pode ser um indício de ansiedade no pet.
Se você quer saber mais sobre ansiedade em cachorros e como lidar com o tema, leia:
O que é e como tratar a ansiedade canina?
Ansiedade canina: entenda como este problema pode influenciar a vida do seu pet e a sua?
Como a Fórmula Maracujá pode aliviar o pet medroso?