Muitos tutores se preocupam com o excesso de peso do cachorro e não é para menos, a obesidade é um problema crescente nos animais de companhia. Uma pesquisa* publicada em 2020 pela Universidade de São Paulo estima que 40% dos cães apresentam sobrepeso e obesidade no município e região metropolitana de São Paulo.
Por meio de um estudo demonstrativo, foram avaliados 285 cães de 221 tutores e os resultados podem ser considerados preocupantes:
63% dos tutores entrevistados subestimaram a condição corporal de seu cão;
26% acreditavam que o animal tinha uma condição corporal ideal;
80% deles não foram capazes de identificar o sobrepeso e a obesidade em seu cão.
A pesquisa também identificou que a prevalência de sobrepeso atingiu cerca de 26% e de obesidade, aproximadamente, 15% dos animais. Isso nos mostra o quanto muitos tutores podem não ter realmente ideia de que o seu cachorro está em sobrepeso, que podem chegar a obesidade e a desenvolver problemas graves decorrentes dessa doença.
Ainda de acordo com a pesquisa, tutores com hábitos alimentares pouco saudáveis foram associados ao ganho de peso do animal e ao fornecimento de alimentos extras entre as refeições e, assim, um maior consumo calórico.
Mas porque devemos nos preocupar com o excesso de peso dos pets? Simples: a obesidade reduz a qualidade e a expectativa de vida do animal, além de contribuir com o surgimento de doenças como diabetes, complicações ortopédicas e cardiorrespiratórias.
A boa notícia é que somente você pode mudar essa condição do cachorro. Leia a seguir como ajudar o cão a ter um peso saudável.
A obesidade é resultado do balanço energético positivo, ou seja, quando o consumo de calorias por meio dos alimentos é maior que o gasto. Um cão é considerado em sobrepeso quando está 15% acima do seu peso ideal. É possível perceber os sinais ao palpar o animal, ou quando nota-se a perda da "cinturinha", dificuldade de sentir as costelas, por exemplo.
O excesso de gordura no corpo afeta o tecido adiposo, que também é considerado um órgão endócrino, causando mudanças hormonais importantes que predispõem a diversas doenças. Isso porque as células de gordura secretam substâncias que causam inflamação no corpo, o que acaba prejudicando diversos outros órgãos e funções do organismo.
Para identificar o sobrepeso dos animais, os veterinários realizam uma avaliação mais criteriosa, com base no Escore de Condição Corporal (ECC) e notas que vão de 1 a 9. Os cães avaliados com ECC de 1 a 3 são considerados magros, 4 e 5 aqueles com peso ideal, 6 e 7 para os que estão com sobrepeso; e 8 e 9 para pets obesos. Essa avaliação leva em conta diversos parâmetros, como silhueta abdominal e quantidade de massa gorda.
Escore de Condição Corporal (ECC) dos cães. Imagem da World Small Animal Veterinary Association (WSAVA).
Assim como seus tutores, a maioria dos cachorros têm uma vida mais sedentária. Quando recebem uma alimentação inadequada, podem ganhar peso acima do normal. Estudos realizados no exterior mostram que a prevalência da obesidade em cães na década de 1960 girava em torno de 9%, enquanto hoje já se fala em 60% dos cachorros com sobrepeso. Alguns dos fatores que contribuem para que um cachorro seja obeso podem ser controlados, outros nem tanto.
Leia a seguir.
Alimentação inadequada
A disponibilidade de alimentos à vontade, a oferta de petiscos diários e a falta de controle dos alimentos ingeridos impulsionam o ganho de peso. Os alimentos devem ser palatáveis para os cães, mas é preciso controlar a quantidade ofertada por dia.
Para muitos tutores, oferecer petiscos é uma forma de demonstrar amor e fortalecer o vínculo com o pet, porém este tem sido um fator importante para o crescimento da obesidade nos animais. Uma dieta rica em petiscos pode prejudicar o pet. Por isso, você deve contar com a orientação do médico veterinário para saber a quantidade ideal que o cachorro deve comer por dia, incluindo os petiscos. E nada de compartilhar a sua comida com ele, combinado?
Genética, sexo, idade e status reprodutivo
Durante a última década, foram estudados mais de 400 genes em inúmeras espécies, relacionados à obesidade e que participam da regulação do peso corporal, seja pelo controle da ingestão alimentar, pela promoção do gasto energético ou ambos. A conclusão é de que, assim como nós, alguns cachorros podem sim ter maior tendência para engordar do que outros.
Animais de raças como labradores, beagles, teckels, buldogues, pastores de Shetland, cocker spaniels, pugs, dachshunds e goldens retriever são apontadas como de maior risco para desenvolver obesidade.
Os animais idosos também têm maior predisposição ao ganho de peso pelo fato de ficarem menos ativos com a idade e com metabolismo mais lento. Além disso, os tutores têm a tendência de serem mais permissivos com os cães idosos e acabam oferecendo maior quantidade de calorias para eles.
Segundo a pesquisa da USP mencionada anteriormente, há uma correspondência mais forte para a obesidade em animais do sexo feminino. A incidência de obesidade também é maior em cães castrados. Isso porque os hormônios sexuais (especialmente o estrogênio) são importantes reguladores da ingestão de energia e do gasto metabólico.
Entretanto, o ganho de peso pelo animal não deve ser considerado apenas uma consequência da castração, uma vez que é possível um animal castrado se manter no escore corporal ideal se receber alimentação balanceada. Além disso, é válido lembrar que a castração, principalmente em fêmeas, reduz a chance de câncer e outras doenças, além de impedir a reprodução indesejada.
Sedentarismo
Assim como acontece com muitos de nós, os pets acabam levando uma vida mais sedentária e isso contribui para a obesidade. A maioria dos cães passa o dia todo em casa, geralmente, em apartamentos com pouco espaço para o enriquecimento ambiental e com alimento à vontade.
Outra questão observada é uma tendência à redução no nível de atividade física após a castração. Não é uma regra, mas alguns cães tornam-se mais sedentários e diminuem o nível de atividade voluntária depois de passarem por castração.
Doenças endócrinas
Doenças que afetam o metabolismo, como o hiperadrenocorticismo (excesso de produção de cortisol pela glândula adrenal) e hipotireoidismo (redução da produção de T3 e T4 pela tireoide) também podem levar ao ganho de peso nos cães.
Na ausência dos hormônios da tireoide, todo o metabolismo do animal fica prejudicado, como se estivesse mais lento e o cão ganha peso em excesso, apresenta prostração, apatia, sonolência e alterações de pele. No entanto é uma doença pouco prevalente, sendo mais comum em cães de meia idade e idosos.
Os riscos da obesidade para os cães são diversos. O principal é a diminuição da expectativa de vida - segundo alguns especialistas, os cães obesos podem ter uma expectativa de vida até 15% menor do que aqueles que são mantidos no peso ideal. Isso porque a gordura estimula a inflamação crônica do corpo e a liberação de radicais livres no organismo, predispondo ao desenvolvimento de doenças. Relacionamos algumas das consequências seguir:
- Problemas respiratórios;
- Problemas articulares e dificuldade para se locomover;
- Maior risco de desenvolver diabetes e hiperlipidemias;
- Doenças urinárias,
- Intolerância ao exercício físico;
- Estresse térmico, pois a gordura atua como um isolante e os cães sofrem de exaustão pelo calor;
- Menor resistência à infecções (comprometimento imunológico).
É importante saber que cada cachorro deve ser tratado individualmente e, para isso, a orientação do médico veterinário é fundamental. Isso porque não há somente um protocolo para tratar a obesidade em cães. No entanto, a parte mais importante no tratamento será a adesão do tutor e de toda a família para que dê certo.
Entenda o tratamento: você precisa compreender e seguir tudo o que foi proposto pelo veterinário como parte do programa de perda de peso do seu cão.
O primeiro passo será seguir o plano alimentar indicado pelo veterinário. O cão pode comer ração ou alimentação natural (AN), não importa. A quantidade de calorias deve ser calculada pelo especialista em alimentação animal. A dieta deve ser adaptada para uma opção de baixa caloria, como rações ou alimentos com baixos índices de gordura, carboidratos e alto teor de fibras e proteínas magras. A quantidade diária do alimento deve ser pesada e a alimentação fracionada mais vezes ao longo do dia. Caso opte por AN, um veterinário nutrólogo deve ser consultado para que a dieta seja balanceada e suplementada de forma adequada.
No entanto, a dieta deve priorizar a perda de peso de forma equilibrada. Em média, os cães devem perder em torno de 1% a 2% do peso total por semana até chegar ao peso ideal. Isso pode ser estimado de acordo com o padrão da raça. Além disso, a perda de peso deve ser acompanhada pelo veterinário, por meio de consultas frequentes. Isso para garantir a saúde do cão e verificar se ele está perdendo massa gorda e não massa magra. O emagrecimento muito rápido pode causar perda de massa muscular, o que não é saudável para o peludo.
O acompanhamento com o veterinário também será fundamental para tratar as doenças que possam estar associadas à obesidade. Outro ponto fundamental do programa de emagrecimento para cães é a rotina de exercícios físicos. O tutor deve incentivar corridas e caminhadas, iniciando gradualmente e sempre em horários de menor calor.
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*Dados do site Cães e Gatos, - acesso abril/2022. Link: https://caesegatos.com.br/pesquisa-80-dos-tutores-nao-conseguem-identificar-sobrepeso-e-obesidade-em-pets/#:~:text=Aproximadamente%2059%25%20dos%20c%C3%A3es%20e,riscos%20do%20sobrepeso%20e%20obesidade Pesquisa conduzida pela médica veterinária Dra. Mariana Y. H. Porsani, com orientação do Professor Dr. Márcio Antônio Brunetto da U