A doença do carrapato em cães é bastante comum em nosso país devido ao clima quente e úmido durante quase todo o ano. Basta chover e aumentar um pouco a temperatura para criar um ambiente propício para o crescimento dos carrapatos. O mais frequentemente encontrado nos cachorros é o Rhipicephalus sanguineus ou carrapato vermelho do cão, que vive totalmente adaptado às regiões urbanas, ao contrário do que muitos possam pensar.
Mas qual o problema de encontrar um carrapato no cachorro? O parasita é causador de uma infecção grave que ataca células do sangue do cachorro e pode levar à morte. O carrapato raramente contamina gatos e seres humanos, mas não é impossível. A doença do carrapato se apresenta de duas formas principais: erliquiose, uma bactéria, e babesiose, um protozoário.
Leia mais a seguir para entender!
Os cães são os personagens principais da vida do carrapato porque servem de hospedeiros para que os parasitas possam realizar o seu ciclo reprodutivo e alimentar-se.
O ciclo de vida dos carrapatos está intimamente associado ao clima, principalmente à temperatura e umidade. Quando o tempo está quente e úmido o ciclo do carrapato ocorre mais rápido, gerando novos parasitas em um intervalo menor. No entanto, as alterações climáticas geram temperaturas altas mesmo no outono e inverno e isso contribui para aumentar a quantidade de carrapatos gerados durante todo o ano.
Entenda o ciclo:
Créditos imagem: Revista Meu Pet, 2018.
Com 4 fases (ovo, larva, ninfa e adulto), o ciclo do carrapato acontece no cão nas fases de larva, ninfa e adulta. Em cerca de 90 dias, uma fêmea da espécie pode colocar mais de dois mil ovos.
Quando não estão no animal ficam em frestas no chão, rodapés, batentes, cama e casa do cão, entre outros. Eles preferem locais secos e longe da luz, podendo ficar por longos períodos sem hospedeiros, esperando um animal para parasitar e terminar o seu ciclo de vida. Mesmo em casas que não tenham cachorros, os carrapatos adultos podem sobreviver sem se alimentar por mais de 500 dias até encontrar um novo hospedeiro.
Além de provocar reações alérgicas no cachorro devido à picada (a saliva do carrapato pode ser alergênica e causar muita coceira no cão), o grande problema é que, ao picar o peludo, o carrapato ingere sangue do cão e transmite agentes infecciosos causadores de doenças sérias para os cachorros.
As mais comuns transmitidas são a erliquiose e babesiose. A erliquiose é causada por bactérias do gênero Ehrlichia canis, que ataca o sistema imune, por meio das células de defesa do animal (glóbulos brancos) e as plaquetas (responsáveis pela coagulação do sangue) causando a sua diminuição no sangue, impedindo a produção de novas células sanguíneas (hemácias).
Já a babesiose é uma doença causada por protozoário do gênero Babesia sp. que ao entrar na corrente sanguínea parasita e se multiplica nos glóbulos vermelhos. O carrapato ainda pode causar a doença de Lyme, infecção que acomete diversos órgãos, inclusive a pele, o sistema nervoso, o coração e as articulações do animal e dos humanos.
Os sintomas são parecidos e incluem: febre, apatia, falta de apetite, letargia, depressão, palidez das mucosas e anemia. Outros sinais estão relacionados com distúrbios na coagulação do sangue como sangramento nasal, manchas arroxeadas na pele, fezes e urina com sangue.
Aos primeiros sinais é importante procurar o médico veterinário que poderá realizar o tratamento adequado, por meio de antibióticos e outras ações que sejam necessárias.
A resposta é simples: em quase qualquer lugar. Sim, o cachorro pode pegar carrapato no passeio na rua, na pracinha, no gramado do prédio, no pet shop, hotéis para animais… até pelo cachorro do vizinho, uma vez que os carrapatos sobem muito bem muros e buscam hospedeiros para se reproduzir.
Por isso, a prevenção é o melhor caminho para evitar a doença do carrapato em cachorros. O uso de carrapaticida (spot on e sprays de aplicação no pelo do animal, coleiras ou tabletes mastigáveis) deve ser prescrito pelo veterinário e levará em conta a raça do animal, o peso e o grau de infestação, além do estilo de vida. Em casos de infestações na casa é preciso tratar todos os animais da casa e providenciar a limpeza completa do ambiente, com dedetização específica.
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