Cada vez mais tutores estão se tornando adeptos aos produtos naturais para cães e gatos. Isso porque está mais que comprovado que os pets são muito beneficiados por consumir produtos naturais como nós.
Existem diversos ingredientes naturais que podem trazer saúde para os pets. Muitos nutrientes são extraídos de alimentos que consumimos no nosso dia a dia como a cenoura, a beterraba, a alcachofra, a laranja amarga, a levedura de cerveja, além de outros mais raros como a chlorella, por exemplo.
Os benefícios provenientes desses ingredientes têm o poder de turbinar a imunidade dos animais, ajudar a reduzir os riscos de várias doenças (obesidade, diabetes, doenças cardiovasculares, problemas de pele e pelagem, ansiedade de separação, etc.) e atuar diretamente no sistema imune, aumentando as defesas do organismo como um todo.
Por outro lado, também estamos nos dando conta que alguns componentes artificiais podem prejudicar a saúde dos peludos. Recentemente, o Ministério da Agricultura determinou o recolhimento de petiscos de 5 fabricantes brasileiros após detecção do uso de lotes de propilenoglicol contaminados com monoetilenoglicol, que podem ter causado a morte de ao menos 50 cães.
O propilenoglicol está presente nos chamados alimentos específicos (bifinhos, snacks e petiscos mastigáveis) e é um produto de uso permitido na alimentação animal. Até o momento, não existe nenhuma orientação do MAPA que visa suspender o uso de produtos que contenham propilenoglicol na sua formulação.
Se você quer saber mais sobre os alimentos para pets, não deixe de assistir ao documentário Pet Fooled, dirigido por Kohl Harrington, disponível na Amazon Prime, Google Play ou Apple TV. Este documentário americano foi produzido em 2016 e, apesar de não ser tão recente, traz uma visão do que assistimos todos os dias em comerciais sobre a indústria de alimentos para animais de estimação.
Com base em depoimentos de veterinários e tutores de animais, o documentário aborda alguns pontos importantes sobre a alimentação industrializada. Não queremos, de jeito nenhum, nos posicionar contra ou a favor das rações comerciais. A ideia é apenas mostrar um outro lado, que poucos tutores têm acesso. Por isso, levantamos alguns pontos interessantes do Pet Fooled:
O documentário traz informações sobre recall de rações realizado nos Estados Unidos, em 2007, por conta da contaminação de um ingrediente tóxico chamado “melamina”, um tipo de fertilizante. O consumo destas rações matou milhares de cachorros na época.
Uma das maiores críticas dos veterinários entrevistados, é que os rótulos de ração prometem muitas coisas que não podem cumprir. E não há uma legislação específica para combater o que poderia, na maioria dos casos, ser considerada uma propaganda enganosa.
Outro ponto questionado é o fato do mercado de rações ser autorregulado nos Estados Unidos. Isso quer dizer, segundo o documentário, que as “normas e procedimentos de fiscalização são criados por entidades privadas para fazer cumprir as práticas equitativas de mercado e manter padrões éticos nas operações de seus associados”.
Rótulos bonitos e design atrativos que confundem os tutores. Segundo o documentário, alguns termos usados nos rótulos de rações podem atrapalhar na hora de fazer a escolha do alimento.
Assista ao documentário e tire suas próprias conclusões. :)
Seja sincero. Você lê o rótulo dos produtos que está comprando para o seu pet? Mesmo quem faz isso sempre antes de comprar, muitas vezes não entende o que está escrito no rótulo.
Veja alguns exemplos de componentes presentes no mercado pet e entenda melhor:
Subprodutos: é o que resta do abate de animais e que não é utilizado na alimentação humana, como órgãos, cartilagens e ossos. Muitas vezes, esses componentes seriam somente utilizados para a produção de velas, sabão e cosméticos.
Flavour ou sabor: quando utilizada esta palavra, indica que o alimento contém apenas aromatizantes do tipo de carne mencionado (ou seja 0% de carne em sua composição). Isso ocorre muito com proteínas mais caras, como salmão e atum.
Orgânico: apenas um percentual dos componentes precisam ser orgânicos e não o total do produto.
Conservantes BHA e BHT: pesquisas apontam que podem causar danos à saúde, podendo ser cancerígenos, se usados constantemente em uma quantidade muito grande, já que ele induz modificações no DNA.
Estabilizantes: mantêm a aparência e as condições físicas do alimento para que ele dure mais tempo sem murchar e fique "crocante".
Aromatizantes: passam a sensação de que o alimento é mais gostoso, pois aumentam o sabor e o cheiro artificial.
Corantes: realçam a cor do alimento, criando uma aparência mais “bonita”.
Ainda de acordo com a Abinpet, temos:
Alimento completo: é um produto composto por ingredientes, matérias-primas ou aditivos destinado exclusivamente à alimentação de animais de estimação, capaz de atender integralmente suas exigências nutricionais, podendo possuir propriedades específicas ou funcionais.
Alimento coadjuvante: é um produto composto por ingredientes, matérias-primas ou aditivos destinado exclusivamente à alimentação de animais de estimação com distúrbios fisiológicos ou metabólicos, capaz de atender integralmente suas exigências nutricionais específicas, cuja formulação é incondicionalmente privada de qualquer agente farmacológico ativo.
Alimento específico: é um produto composto por ingredientes, matérias-primas ou aditivos destinados exclusivamente à alimentação de animais de estimação com finalidade de agrado, prêmio ou recompensa e que não se caracteriza como alimento completo, podendo possuir propriedades específicas.
Produto mastigável: é um produto à base de subprodutos de origem animal, podendo conter ingredientes de origem vegetal, destinado exclusivamente aos animais de estimação, com objetivo de diversão ou agrado, com valor nutricional desprezível.
Suplemento: é a mistura composta por ingredientes ou aditivos, podendo conter veículo ou excipiente, que deve ser fornecida diretamente aos animais para melhorar o balanço nutricional.
Aditivo: substância, microrganismos ou produto formulado, adicionado intencionalmente aos produtos, que não é utilizado normalmente como ingrediente, tenha ou não valor nutritivo e que melhore as características dos produtos destinados à alimentação animal ou dos produtos animais, melhore o desempenho dos animais sadios, atenda às necessidades nutricionais ou tenha efeito anticoccidiano.
Coadjuvantes tecnológicos: qualquer substância não consumida por si mesma como produto, porém utilizada intencionalmente na elaboração de produtos ou ingredientes a fim de alcançar um objetivo tecnológico durante o tratamento ou a transformação e que não permanecem no produto final.
Natural: deve ser usado apenas para descrever componentes dos alimentos para animais de estimação (derivado de plantas, animais, microrganismos ou minerais) que não sofreram adição de nenhuma substância e que tenham sido submetidos apenas a processamento físico para torná-los adequados para a produção de alimentos aos animais de estimação, mantendo assim a sua composição natural.
Contém ou "com" carne de alguma espécie: carne congelada, carne in natura/resfriada, polpa de peixe ou CMS (nome dado para uma forma de aproveitamento extremo da carcaça de aves, bovinos e suínos).
Sabor: vem da substância aromatizante ou do ingrediente referenciado. Por exemplo, sabor carne, pode ter apenas o aroma de carne, carne bovina in natura/resfriada, congelada desidratada, farinha de carne bovina e ossos, farinha de vísceras bovina, miúdos (bovinos), palatabilizantes, CMS, gordura e sebo bovino.
"Quando a palavra carne, salmão, aves etc., for utilizada apenas como referência para o nome do produto, não existe a necessidade de incluir a carne propriamente dita na formulação, neste caso é possível a utilização de aroma ou qualquer outro ingrediente de origem animal que remeta à espécie mencionada".
Rico em: o termo refere-se aos alimentos que contêm quantidade superior de ingrediente e/ou nutriente em relação ao alimento referência, respeitando-se os limites de segurança.
Não deixe de pesquisar antes de oferecer qualquer tipo de alimento ou dieta para o seu pet. E nunca ofereça uma dieta sem a orientação de um veterinário especializado em nutrição. Só assim você poderá ajudar a garantir mais longevidade para o seu peludo!